Roy Orbison – The Very Best Of (1997)

COVER

4a4e7-downloadpic3Roy Orbison era uma das grandes vozes do rock’n’roll. Ou a melhor voz do rock, na opinião de Elvis Presley -que entendia um pouco do assunto. Como todos os principais nomes surgidos nos primórdios do rock, Orbison afundou um bom período no ostracismo. E, como se isso não bastasse, enfrentou diversos dramas pessoais -as mortes de mulher e filhos. Orbison sobreviveu a tudo e, na segunda metade dos anos 80, conseguiu dar um drible nos problemas. Voltou aos estúdios de gravação, às rádios, TVs e revistas e conquistou um público novo e jovem. A coletânea “The Very Best Of Roy Orbison” é uma mostra apenas dessa última fase do cantor. Uma fase que tem pelo menos um grande mérito. Ao contrário de todos os seus colegas de geração, Roy Orbinson conseguiu emplacar novos hits em vez de viver apenas dos sucessos de 30 anos atrás -vide Little Richards, Chuck Berry ou Jerry Lee Lewis. Para conseguir embalar novamente a carreira ele contou com uma mãozinha de vários roqueiros ilustres que cresceram ouvindo suas baladas. Bono Vox e The Edge fizeram “She’s a Mistery to Me” especialmente para o disco “Mistery Girl”, em 1989, por exemplo. No álbum “Black and White Night Live”, também de 1989, Tom Waits, Elvis Costello, k.d. lang e Bonnie Raitt fizeram escada para o ídolo cantando seus sucessos. Orbison também contou com a sorte de ter sua “Pretty Woman” escolhida como faixa-título do filme homônimo estrelado por Julia Roberts e Richard Gere -que aqui foi exibido como “Uma Linda Mulher”. O cantor ainda participou do primeiro disco dos Travelling Willburys, uma família fictícia da qual faziam parte cinco “irmãos” -Bob Dylan, George Harrison, Jeff Lynne, Tom Petty e Orbison. Pena que nenhuma das músicas da “família” esteja presente na compilação. O disco traz versões atualizadas para antigos sucessos e os hits da década de 80. No primeiro caso estão a lacrimosa “Crying”, “Running Scared”, “Ooby Dooby”. No segundo, “You’ve Got It” e “California Blue”. Infelizmente, honrando sua vida trágica, Orbison morreu de um ataque cardíaco em 1988, aos 56 anos, quando acabara de fazer as pazes com a fama.